Titelangaben
Prestes Dürrnagel, Axel ; Tiegna, Janneke:
Local Self-Organisation under Socio-Spatial Pressure : Insights from Rural Karangasso- Vigué (Burkina Faso) and Peri-Urban Maputo (Mozambique).
In: Krüger, Dominique ; Mohamad-Klotzbach, Christoph ; Pfeilschifter, Rene
(Hrsg.):
Local Self-Governance in Antiquity and in the Global South. -
Berlin
: De Gruyter
,
2022
. - S. 439-464
ISBN 978-3-11-079809-8
DOI: https://doi.org/10.1515/9783110798098-017
Abstract
Processes of self-organisation fuel the wheels of society. In the African context, in particular where state capacities are weak, the provision of public goods derives essentially from collective civic efforts. Societal transformations, however, pose increasing threats to local forms of self-organisation. In Burkina Faso’s region of Karangasso-Vigué, several waves of internal migration caused a power shift in the population and the autochthonous Vigué ethnic group became an electoral minority. In Mozambique’s capital Maputo, urbanisation exerts increasing pressure on land, threatening the agricultural practices of farmer organisations. Both self-organised groups are long-established, but find their existence contested by socio-demographic changes that manifest themselves at first in a challenge of territorial entitlements. In a comparative and cross-cultural approach, this study traces the historical roots of these spatial tensions, analyses the relations with the state and other socio-political actors throughout different periods and its implications for local self-organisation. The findings indicate that spatial conflicts are associated with contested claims towards authority, which result in new governance arrangements. With our contribution, we shed light on the complexity of forms of local self-organisation which are essential for a better understanding of post-colonial African societies.
Abstract in weiterer Sprache
Os processos de auto-organização alimentam as rodas da sociedade. No contexto africano, em particular onde as capacidades do Estado são fracas, o fornecimento de bens públicos deriva essencialmente de esforços cívicos colectivos. As transformações societais, porém, representam ameaças crescentes às formas locais de auto-organização. Na região do Burkina Faso de Karangasso-Vigué, várias vagas de migração interna provocaram uma mudança de poder na população e o grupo étnico autóctone Vigué tornou-se uma minoria eleitoral. Na capital de Moçambique, Maputo, a urbanização exerce uma pressão crescente sobre a terra, ameaçando as práticas agrícolas das organizações de agricultores. Ambos os grupos auto-organizados estão estabelecidos há muito tempo, mas encontram sua existência contestada por mudanças sociodemográficas que se manifestam inicialmente em um desafio de direitos territoriais. Numa abordagem comparativa e transcultural, este estudo traça as raízes históricas destas tensões espaciais, analisa as relações com o Estado e outros actores sociopolíticos ao longo de diferentes períodos e as suas implicações para a auto-organização local. As descobertas indicam que os conflitos espaciais estão associados a reivindicações contestadas de autoridade, o que resulta em novas organizações de governação. Com a nossa contribuição, lançamos luz sobre a complexidade das formas de auto-organização local que são essenciais para uma melhor compreensão das sociedades africanas pós-coloniais.